quinta-feira, setembro 07, 2006

Doce impaciencia...

Hoje, mais uma vez, lutei deseperadamente com o despertador, mas as férias já se foram...o trabalho aguarda-me, também não fiz nada de especial, alinhavei o programa de um novo ano de actividades, arquivei papéis, pus mails em dia, li, naveguei pelos sitios do costume e quando me cansei do gabinete fui até à biblioteca. Ainda hoje os espaços como as bibliotecas me assustam: para além do espaço fechado (embora esta seja bastante ampla) o cheiro a mofo dos livros incomodam-me. Requisito 5 livros para consultar, porque não aguento estar ali. Dizem-me que só posso requisitar 4. Olho para todos eles e, por exclusão de partes, selecciono os quatro. Quando chego ao gabinete, apercebo-me que foi precisamente aquele que eu rejeitei que me faz mais falta...não tenho paciencia para lá voltar. Passo pelo bar e bebo um café e fumo o belo do cigarro na esplanada. Embora tivesse um calor abrasador, pensei "já cheira a inverno...". Nestas alturas recordo-me sempre do meu primeiro dia de aulas: a emoção de uma mochila nova (em lona verde), um estojo com lápis, um caderno com uma capa amarela, uma esponja laranja e um "pica". Fiquei muito surpreendido quando uma colega minha me disse que tinha comprado uma esponja e um "pica" para a filha. "Ainda pedem isso na escola?!?!" perguntei... Vá-se lá saber com tantas teorias da aprendizagem e desenvolvimento a emergir e aquilo que se fazia à 25 anos ainda se mantém...quando me falam em modernidades e actualizações só me pergunto se realmente se são postas em prática ou se servem apenas para constarem nos livros e dar visibilidade pública aos autores. Mas isso agora não interessa nada...
Fiquei à espera que chegasses, não sabia o que havia de fazer para o jantar. O teu telefone estava desligado, e assim me mantive até às 21h00. Ligaste, e disseste-me que irias ficar a trabalhar..."já me podias ter dito!...tou aqui à espera que me dissesses alguma coisa!". Fui ao frigorifico e comi uns camarões que sobraram da noite passada. Já não têm sabor nenhum, sabem a frigorifico, nem impregandos com maionese...tou pra ver se vou apanhar uma intoxicação alimentar!! Se assim fôr a culpa é tua!!
Comecei a ficar impaciente, precisava de conversar com alguém hoje. São daqueles estados de ansiedade que se instalam e são uma merda...se gostasse de whiskie, já teria certamente emborcado uma garrafa...quais estratégias de copying, qual qué!! Isso é bom de se dizer aos outros, mas quando nos toca a nós...Será isto a crise dos trintões?!?!
Não há paciência...


All I know
Is everything is not as it's sold
but the more I grow the less I know
And I have lived so many lives
Though I'm not old
And the more I see, the less I grow
The fewer the seeds the more I sow

Then I see you standing there
Wanting more from me
And all I can do is try
Then I see you standing there
Wanting more from me
And all I can do is try

I wish I hadn't seen all of the realness
And all the real people are really not real at all
The more I learn the more I cry
As I say goodbye to the way of life
I thought I had designed for me

Then I see you standing there
Wanting more from me
And all I can do is try
Then I see you standing there
I'm all I'll ever be
But all I can do is try
Try

All of the moments that already passed
We'll try to go back and make them last
All of the things we want each other to be
We never will be
And that's wonderful, and that's life
And that's you, baby
This is me, baby
And we are,
Free
In our love
We are free in our love

Try - Nelly Furtado

2 comentários:

Luís disse...

Eu também não apreciava muito whisky... tenho vindo a aprender a gostar.

Manuel disse...

Completamente abstémico...LOL