quarta-feira, maio 23, 2007


‘Dizem sempre que o tempo muda as coisas, mas na realidade somos nós próprios quem tem de as mudar.‘


ANDY WARHOL

segunda-feira, maio 14, 2007

Fotos de um concerto memorável







George Michael...finalmente...

Quando comecei a ouvir o George Michael, ainda no tempo dos Wham, tinha eu 13 anos. Depressa foi um grupo e música associada às miúdas e aos panascas, pelo que eu só podia demonstrar satisfação na sua audição em ambiente protegido e este seria em casa. Comprava às escondidas os discos e as revistas Bravo para poder coleccionar as fotos dos meus ídolos de então: os Wham e a Madonna. Associação bombástica!! Mais gay não podia ser…
Ainda me lembro de quando se ouvia nas festas de escola o Wake me up before you go-go, que me dava uma vontade imensa de dançar, mas como essa musica era apanágio de um determinado género ficava-me por imaginar o teledisco de então em que o George Michael ostentava uns calções reduzidos e um rabinho de perder a cabeça…
Passaram-se 22 anos e finalmente pude ver o meu ídolo destes anos ao vivo e a cores.
Ao fim de três semanas insuportáveis e intratáveis, este foi o melhor tratamento para impedir um despoletar de uma depressão que me estava a assombrar.
Ao contrário daquilo que se disse, que se esperavam vender 40 000 bilhetes, tendo sido vendidos 27 000, o estádio aparentemente estava cheio. E digo aparentemente pois consegui ficar a poucos metros da passadeira que entrava pelo público adentro, não tendo muita noção do que se passava trás de mim.
Foi comprovado que, mesmo com 43 anos, este homem reúne um potencial vocal invejável. No entanto a set list podia ser um pouco melhor, uma vez que ele cantou umas quantas baladas quase desconhecidas de uma grande maioria do público. Os momentos altos da noite foram: Flawless, Everything she wants, Shoot the dog e inevitavelmente o Outside em que a grande comunidade gay presente se fez notar com grande entusiasmo. Os encores não podiam deixar de ser o Carless Whisper e Freedom. Não me lembro de dançar tanto num concerto como este.
Numa das musicas, as quais desconheço o nome – as tais que a grande maioria desconhecia – fazia-se acompanhar por umas imagens onde se podiam ver corpos entrelaçados sugerindo actos sexuais entre homens e mulheres, entre mulheres, e entre homens… não podia ser mais explicito, pois não?!?
A interacção com o publico podia ter sido um pouco melhor. Embora existisse uma passadeira circular que entrava pelo relvado dentro, fez pouco uso dela. Creio que deve ter tido medo de alguma reacção mais efusiva de algum fan, uma vez que esta passadeira possibilitava uma proximidade física muito grande com publico.
Cá fora, antes do espectáculo e como já disse a comunidade gay era mais que muita. Pelo sotaque devem-se ter mobilizado dos quatro cantos do pais, e de Lisboa nem se fala…caras que eu conhecia da noite de há muitos anos lá estavam, mas com uma pequena diferença…excessivamente magros…
De resto…foi, seguramentte, dos melhores concertos ao vivo que assisti nos últimos anos…
…e não fazem ideia do bem que me fez!
Obrigado a todos que por aqui passaram e estranharam o meu silencio.

sexta-feira, maio 11, 2007

Burnout…


Nada como habituar – mal – os outros a dar resposta adequada e atempada a todas as solicitações. Graças a esta virtude, vou-me afundando em trabalho incapacitando-me de ter vida própria, passando a responder de forma automata às minhas actividades de vida diária enaltecendo essa nobre actividade que é o trabalho.
Afastei-me de tudo e todos, ou melhor, deixei de me ligar a todos aqueles cuja filiação me fazem sentir vivo. Acho que estou a entrar em burnout. Deixou de ser uma sintomatologia que apenas conheço dos livros e das teorias mas passei a integrá-la como uma sintomatologia presente e perturbadora que me impossibilita de ser quem sou, de ter vontade própria. De mandar pró caralho todos aqueles que se julgam possuir algum poderzinho, em que adoram mandar, delegar, e responsabilizar outros – EU – e de nos recordar, ocasionalmente das nossas competências e posição na hierarquia…portanto… “O trabalho tem de ser feito…”
O Burnout ou os efeitos da violência psicossocial, para outros, esclarece-se, ou melhor, define-se pela produção de um desequilíbrio entre a capacidade de trabalho e o próprio trabalho em si…
A obrigação de trabalhar sem que seja exigido um doseamento adequado é o equivalente a exigir um trabalho muscular ou de resistência acima da capacidade muscular, respiratória ou cardíaca. Conhecem-se os limites destes órgãos físicos, mas também é igualmente conhecida a limitação neurológica, com a agravante de que a reposição neuronal é ainda, nos dias de hoje, irreversível – esperamos que no futuro, estes entrem num processo de replicação sempre que precisemos…
Devia regrar-me às minhas limitações físicas e cognitivas de forma a que os padrões laborais que me regulam - ou tentam regular - não me afectem a saúde. “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença.” – OMS


Um convite de última hora…George Michael em Coimbra amanhã. E porque não?
Os bilhetes já cá cantam...