quarta-feira, janeiro 31, 2007

Haja lítio com fartura…


Não há cu que aguente alguns estados de humor. Por mais que tente, não consigo compreender uma lógica centrada no egocentrismo com requintes de narcisismo. Lítio para eles todos, ora estão bem num minuto, ora estão na merda imediatamente a seguir. Se por um lado são muito bons e são os maiores, e mundo gira em torno deles, por outro – na fase depressiva – de tão bons e giros que são, todos lhe querem mal e têm inveja deles…Haja paciência para aqueles que me rodeiam…paciência não…lítio em barda!!!

sábado, janeiro 27, 2007

Filme "O Escolhido"....ou melhor o mal escolhido!....

Ontem fui ao cinema, após ter esperado ansiosamente pelo filme The Wickerman, que em português foi baptizado de O Escolhido.
O trailler prometia: um thriller com suspense à mistura com ingredientes sobrenaturais. O início da história dá a entender uma história semelhante à Vila (The Village) do realizador M. Night Shyamalan. Semelhante no sentido da existência de uma comunidade isolada da sociedade actual com costumes e rituais próprios vivendo uma vida de auto-subsistência, e que de repente se vê envolvida num desaparecimento de uma garota…- Mais não conto! Portanto, o filme prometia! Para além do facto de ser protagonizado por Nicolas Cage que eu sou fan desde o filme Coração Selvagem do David Lynch.
O Nicolas Cage foi a segunda desilusão: mais maquilhado que nunca, ou então deixaram-no esturricar num solário. O seu cabelo pintado de preto, padecendo já de uma halopecia considerável é mantido firme com kilos de laca. Já para não falar do péssimo trabalho de odontologia cujos dentes - que já não são os dele – mais parecem os de uma dentadura de um equino, muito artificiais mesmo – mau trabalho protésico. Os seus conselheiros de imagem estão a fazer-lhe um péssimo trabalho: está com uma imagem muito postiça.
O elenco não é nada de especial, a história podia ser muito boa se um realizador tipo M. Night Shyamalan pegasse nela. Tanto quanto sei, é um remake que eu desconheço o original.
O fim do filme é uma surpreendente desilusão parecendo um coito interrompido.
Concluindo: um filme verdadeiramente dispensável.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Piercings - uma questão cultural, ou simplesmente moda?

O culto do corpo integrado à necessidade de adorno, tranformou os piercings num objecto de adorno cada vez mais comum.
Em tempos eu achava muito exótico e sensual o uso de um piercing discreto na cartilagem da orelha, no entanto já achava, e continuo a achar, nojento um piercing de língua lembrando-me a personagem da Rosanne Arquette no Filme Pulp Fiction em que um dos objectivos seria melhorar a felação…Já para não falar nas questões higiénicas e na dicção estranha que os seus usuários apresentam…
Em contrapartida achava que um homem com um corpo bonito ficaria muito bem com um piercing de mamilo, até ao dia que na Grécia, mais concretamente em Mykonos, vi um sujeito de, aproximadamente, 70 anos com um nesta região anatómica…e o espectáculo não podia ser mais ridículo: prega cutânea acentuada, rugas, distenção mamilar (mamilo tipo pêndulo) e um piercing…
Hoje em dia não tenho qualquer fascínio por piercings, aliás sempre que vejo algum imagino as condições de higiene e assepsia em que eles foram realizados…ainda hoje me lembro, no Hospital de S. Francisco Xavier, de uma sujeita de 23 anos cuja orelha esquerda foi amputada por infecção da cartilagem…tudo por causa de um piercing.
Para os adolescentes e jovens, colocar um piercing significa diferenciar-se do grupo, ou ter um sentimento de pertença a outro, ou até mesmo por querer ser diferente e com características próprias. Esta última justificação não me parece ser muito plausível, uma vez que se tornou banal a utilização de piercings até nos sítios mais estranhos – como confere a imagem…
No entanto, o piercing ainda é visto como algo de marginal conduzindo a preconceitos e segregações. Preconceitos que são activados pelas entidades empregadoras quando se deparam com jovens que procuram emprego, ou até mesmo a entrada para alguns circuitos sócio-profissionais a ostentação de piercings é proibida.
Hoje lembrei-me de escrever isto por assistir a uma discussão que envolvia juízos de valor sobre uma pessoa que usava um singelo e discreto piercing na orelha, para além das vulgares pérolas que trazia…discussões de gente estúpida, não?!?

segunda-feira, janeiro 15, 2007

"Babel", ou o vómito da supremacia americana


Fui ver o filme Babel. O enredo não me surpreendeu uma vez que já tinha lido algumas referências á historia do filme. A incapacidade de se comunicar não foi assim tão enfatizada quanto isso. Não gostei…mesmo nada!
Brad Pitt, numa versão mais madura e longe da imagem de sex symbol desempenha um papel de forma verosímil retratando bem a angustia de um homem que vê a sua mulher atingida por uma arma de fogo num pais do terceiro mundo. Cate Blanchet: mal empregada para um papel sem relevo. Qualquer actriz menos conceituada faria-o na perfeição: ela geme, chora, urina-se pelas pernas abaixo e perde os sentidos...nada de especial.
A história e a mensagem politica: coitados dos americanos que estão á mercê de vândalos dentro e fora do pais.
Dentro dos EUA, o seu próprio pais, são “atacados” por aquela máfia de porcos que são os mexicanos. Servem para fazer todo o trabalho sujo que os americanos não fazem, são retratados de uma forma pouco digna mesmo quando as imagens são filmadas no méxico: que porcos que eles são... Fora do pais, são atacados por tribos terceiro mundistas e nem mesmo os europeus são bem retratados aqui: abandonam Brad Pitt numa aldeia marroquina uma vez que não suportam o calor e a camioneta não pode ficar a funcionar só com o ar condicionado.
Detestei o filme e a realização não foi nada de especial. O que a meu ver salvou o filme foi a fotografia que bem retratou o deserto marroquino com as suas gentes, que vão sobrevivendo num meio hostil e sem recursos nenhuns. Estive lá há dois anos e a pobreza é mesmo aquela.

sábado, janeiro 13, 2007

Muscle Maries e depiladas...


Pegando no repto do Serrano, no comentário ao post anterior, vou me questionar sobre os, aliás, as Muscle Maries e as depiladas…
Durante a minha adolescência tive alguns complexos relacionados com a minha auto-imagem uma vez que tinha muitos pelos corporais ao contrário dos meus amigos que tinham pouquíssimos ou até mesmo nenhuns. Sempre tive receio de ser associado ao Tony Ramos, embora essa realidade estivesse muito distante, acho que na altura devia ter uma Desordem Dismórfica Corporal.... Ainda me cheguei a depilar com um spray depilatório…o pior foi quando começaram a crescer e a comichão deixava-me doido! Rapei o tórax, mas deixei os meus queridos pelos púbicos, sinal de maturidade e virilidade…eu era muito macho…
Foi já há alguns anos quando numa praia naturista portuguesa, o Meco por sinal, devia eu ter para aí uns 14 ou 15 anos, que vi um homem completamente rapado, contrariando todas as minhas fantasias sexuais associadas às imagens retidas de filmes pornográficos. Voltei anos mais tarde a encontrar, nessas mesma praias, e cada vez com mais frequência homens, novos e velhos desprovidos de quaisquer pêlos, incluindo os famosos pelos púbicos. Associei imediatamente a promiscuidade sexual e o facto de se raparem seria para prevenir chatos e afins…
Hoje em dia no ginásio encontram-se as famosas Muscle Maries, muito musculadas e totalmente rapadas…Se bem que os meios de comunicação transformaram a imagem do homem musculado e sem pelos num objecto sexual, mas ainda não percebi bem a utilidade de se raparem pelos púbicos…nem imagino a comichão que devem dar quando eles começam a crescer…Uma das razões apontadas seria de facto para a manutenção de uma melhor higiene… – ora, eu mantendo os meus pelos púbicos acredito que consigo assegurar uma higiene adequada à minha genitália e não preciso de me rapar para me lavar melhor…
Outra razão apontada…e que me fez algum sentido, sob ponto de vista cinematográfico, é que um homem sem pelos púbicos transmite a ilusão do seu membro viril ser maior, uma vez que não fica camuflado com a abundante vegetação, e nos filmes porno, poucos são os homens com pelos púbicos…será que é mesmo para parecerem maiores?! Agora todos querem parecer como o John Holmes?...
Uma outra razão…será que é para aumentar o prazer de quem pratica sexo oral e não tenha que cuspir pelos púbicos?!...
Duvidas existenciais que me atormentam...
- será que eu não estou na moda?!?

domingo, janeiro 07, 2007

Um habitat “quase natural”…

Com vista a perder uns quilitos resultantes de uma alimentação desequilibrada da época natalícia regressei ao ginásio…Embora não seja muito aficionado em exercício, não prescindo de pelo menos ir duas vezes ao ginásio fazer 30 minutos de remo e algumas séries de abdominais. Se soubesse o que sei hoje nunca tinha posto os pés num ginásio…é como o uso de telemóvel, antes de o termos vivemos normalmente, quando passamos a ter um, dependemos dele como do ar que respiramos. Com os ginásios é a mesma coisa, antes de pormos os pés num, somos sempre elegantes a partir do momento que o deixamos até o ar nos faz engordar…enfim, sacrifícios para não ter que comprar roupa maior….também poderia fazer restrições alimentares, mas após longos períodos de jejum o desespero apodera-se de mim e depois acabo por devorar mais que aquilo que o meu organismo necessita. Portanto, um pouco de exercício físico é salutar, e os ginásios servem para isso…e não só…
Embora a cadeira de etologia nunca tenha sido o meu forte – fui a exame quatro vezes…- hoje senti-me um verdadeiro Konrad Lorenz numa observação participativa do verdadeiro ecossistema que é um ginásio. É muito curiosa a observação da fauna que aqui co-habita numa perfeita harmonia com uma competição subtil a vários níveis entre as diferentes espécies e intra-espécies.
Coloquei-me no meu banco de remo, com vista privilegiada sobre todo o ginásio e pude assim observar um ecossistema em plena actividade e depressa validei algumas teorias, especialmente a teoria evolucionista e da selecção natural.
As espécies observadas, embora distintas quanto ao seu processo de sobrevivência, vivem num estado de harmonia, no entanto verifica-se uma disputa territorial no espaço que é destinado aos pesos livres e halteres, onde a predominância são de machos de grandes dimensões, de ar rude, braços e trocos largos e alimentam conversas cujos temas não vão além de “futebol, gajas e proteínas”…
Identificam-se também fêmeas quarentonas em quantidade considerável que preferem observar esses machos dominantes e convertem os exercícios físicos em verdadeiros rituais de acasalamento…de notar que algumas têm sorte.
Em menor quantidade, encontram-se adolescentes magrinhos e franzinos que procuram desesperadamente ficar como o Arnold Schwarzenegger. Sempre que fazem um exercício de braços procuram um espelho e discretamente fazem poses para ver os progressos de massa muscular…sem grande sucesso imediato, entenda-se…
Depois, em muito menor quantidade encontram-se algumas bichas que tudo fazem para chamar a atenção, desde cantar a musica que se está a ouvir e a fitar os machos dominantes nos olhos, ou a fazer subtis passos de dança enquanto mudam de máquina apressando-se a verificar se alguém notou por elas…enfim, mais um ritual de acasalamento cujos resultados não são sempre os melhores, uma vez que passam mais tempo nos balneários do que propriamente a fazer exercícios.
A observação não fica por aqui, existem mais espécies que aqui convivem, mas como não levei a minha grelha de observação para os devidos registos de interacção, ficam outros dados por relatar…

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Tão asséptico quanto o branco


Ano Novo, cara nova…escolhi o Branco.
“Sempre gostei de branco…sempre gostei de uma folha em branco, um espaço virgem pronto a ser desbravado por quem quiser…é o branco imaculado…o branco asséptico, puro…É a minha projecção no branco, nas linhas que escrevo, naquilo que gostaria de ser, de fazer e de estar. Uma folha branca, uma noite em branco, hoje tive uma branca…o branco acompanha-nos sempre…o baptizado é branco, a comunhão é branca, o casamento é branco…e a nossa mortalha de branco é…e depois disso? A morte é negra, profunda, imensa. Prefiro a finitude do branco…é limpo”

Sessão de associação livre, a expressão máxima da minha inexpressão emocional…
- estou frio como a mais pura neve branca.