terça-feira, dezembro 19, 2006

Amores com Bata Branca...


O Frágil estava a abarrotar de gente, como seria habitual a um sábado à noite. As conversas só se faziam ouvir junto aos ouvidos de cada um. Com um grupo de amigos estive de conversa banal até que tu chegaste, nunca até então nos tínhamos visto. Os nossos olhares tocaram-se instantaneamente, e tu cumprimentaste um amigo meu, que era teu colega, e aí permaneceste a conversar com ele. Fingiste que me ignoravas e eu deixei de ouvir a música para te poder contemplar. Não sabia quem eras, mas houve qualquer coisa, que ainda hoje não sei explicar que me atraiu – acho que foi aquele olhar de cabrão... Despediste-te do nosso amigo e de forma não indiferente te afastaste. O teu olhar despediu-se de mim e eu sorri.
Segunda-feira às 9h00 da manhã no bar do HSM, lá estava eu a beber o meu café duplo que me iria manter desperto durante o dia. Os livros eram a minha única companhia, esperava por um colega. Era a hora que toda gente que aqui trabalha toma o pequeno almoço. É como uma nuvem branca de gente vestida de branco e que de um momento para o outro vão chegando aos poucos: médicos, enfermeiros, estudantes e outros. Entre gargalhadas e seriedade se contam os fins-de-semana, as quezílias do serviço, as fofocas de quem viu quem e com quem, os concursos impugnados…enfim…um antro de alcoviteiras diferenciadas…Quando menos esperava, tu entraste com um grupo de gente, todos de bata branca, e o teu olhar dirigiu-se de imediato a mim. Não conseguiste esconder a surpresa e perturbação de me ver ali – quem e o quê seria eu, que na noite anterior vestia um casaco de cabedal e tinha ar de rufia, e que hoje vestia uma camisa ao xadrez e trazia um pullover pelas costas com ar de beto?... querias saber quem eu era…querias prestar atenção ao que te diziam, mas o teu olhar ora se centrava no grupo ora se fixava em mim. Encontro estranho, não?!...
Fui te seguindo com o olhar, esboçaste um sorriso subtil que só eu percebi. Fiquei quieto e olhei para o relógio. O meu colega acabou por chegar já atrasado, tive que ir. Deixei-te naquele momento mergulhado naquela nuvem de gente vestida de branco, seguiste me com o olhar, quis arrastar-te com os meus olhos…mas não consegui.
Á hora do almoço procurei em vão por ti no mesmo sítio, mas não estavas…o sábado seguinte foi nosso …
…and the rest is history…

8 comentários:

Anónimo disse...

gostei bastante da forma como descreveste este teu acontecimento... espero a continua�o!
abra�o!

AEnima disse...

ohhhhhhhhh... o resto eh historia para ti... Nos, os teus avidos leitores e fas, nao sabemos de nada! E somos curiosos, e cuscas, alcoviteiras e essas coisas todas... eheheh

Beijinhos fofos manuel :)

Anónimo disse...

A introdução é excelente e fez de mim um ansioso leitor dos próximos capítulos...
Guardá-los só para ti, depois de nos dares a ler este texto será um pouco sádico.

Anónimo disse...

tb quero....

Anónimo disse...

Não venho aqui para comentar,
O tempo começa a escassear, lol
Venho a ti desejar.
Um Feliz Natal e um Bom ano Novo
Até pró ano….
Abraços

Anónimo disse...

Menino Manuel :) o menino fez-se, pra quem dizia que não tinha jeito pra escrever, vai lá vai!

Desejo-te aquela coisa do costume nesta altura do ano, isso mesmo, enquanto eu vou pra um canto da casa comer compulsivamente lampreia de ovos à espera que a quadra passe logo logo. Sim, sou uma espécie de Grinch!

AFSC disse...

Realmente depois de ler isto, dá vontade de saber as cenas do próximo capítulo! :)
Aproveito para te desejar um feliz natal, tudo de bom ;)

dcg disse...

Muito interessante e bem escrito.
Gostei de ler.