segunda-feira, setembro 11, 2006

Foi há 9 anos...

Após uma noite por discotecas “estranhas” e festas particulares em caves, deitámo-nos cansados esperando ansiosamente por percorrer e conhecer mais desta magnifica cidade.
Acordámos cerca das 10h00, descemos ao café e comemos um muffin e um café de cafeteira. Podia-se repetir o café as vezes que quiséssemos, mesmo sabendo mal - era bom que enchêssemos o estômago pois não sabíamos quando e onde iríamos almoçar. “Que falta me fazia uma bica…” mas mesmo os expressos servidos nestes países são intragáveis…
Pegámos no mapa e ainda nos cruzou o espírito de apanharmos um transporte público, mas queríamos tanto ver TUDO, que optamos por fazer a caminhada a pé – como já era habitual. O calor do mês de Agosto, a humidade deixavam-nos completamente de rastos, mas a emoção de estar ali suplantava todas as dificuldades.
Era uma sensação surreal: o céu deixava-se ver por entre torres de cimento sumptuosas ostentado poder. À medida que descíamos a avenida os prédios eram, visivelmente mais antigos como no West Side Story. As pessoas que se cruzavam connosco eram de todas as raças, etnias e credos, uns mais apressados, outros mais tranquilos. Eis que chegámos à baixa. Os prédios antigos ficaram para trás e á nossa frente magnificas torres que quase tocavam no céu, umas prateadas, outras douradas e outras mais escuras.
Voltámos a pegar no mapa, e após várias tentativas de o orientar para o Norte descobrimos aquilo que queríamos.
Olhámos para o céu e lá estavam aquelas obras soberbas e imponentes construídas pelo Homem.
- Vou ver qual é o preço…venho já!
Tu e a nossa amiga ficaram a aguardar lá fora
- São 10 dólares! Vamos?!....
- Claro! Não fiz esta caminhada só para ficar nas caves!! Quero ir lá acima! – disse ela
- Acho que não vou…- disseste tu
- Vá lá!!! Não sejas parvo! ´Tás com medo?
- Não me sinto à vontade. Fico cá em baixo à vossa espera. Vocês tiram fotografias que eu depois vejo…
- Não é a mesma coisa!!! – retorqui, já entediado. Ok…eu vou.
Eu e a nossa amiga pusemo-nos numa fila de gente: turistas vindo de todo o lado, europeus, chineses, entre outros e envergando máquinas fotográficas de todos os tamanhos e feitios - eu tinha uma descartável... Abriram-nos as malas, passamos no detector de metais e entrámos no elevador. Foram 2 minutos num elevador com capacidade para 20 pessoas.
Quando chegámos ao último andar sentimos o estômago a bater-nos no diafragma pela impulsão da travagem. As portas abriram-se e já havia um grupo de turistas a aguardar pelo nosso elevador. Subimos umas escadas entre atropelos, para se conseguir os melhores lugares para as fotografias e aí estávamos nós no centro do mundo: no último andar do World Trade Center.

6 comentários:

Paulo disse...

Estranha confissão...
Aos a quem a morte não teve poder...o meu grande abraço aqui da terra....
Cheguei ao teu blogue por mero acaso vi, inquivocamente, todo o seu conteúdo e, por fim, não resisto a deixar o seguinte comentário:
independentemente de tudo, gostei da profundidade das palavras...
Um abraço
Paulo

Paulo disse...

*inequivocamente

Anónimo disse...

Parabéns pelo teu blog, tenho gostado imenso de o ler!!!
Continua a escrever assim ;)

Manuel disse...

Foi há nove anos que eu lá estive...a queda foi há 5...sem confusões. LOL

Anónimo disse...

boa expressão dos momentos vividos, passados, recordados... Gostei do teu blog tb :) Hoje fica essa memória feliz... da sensação de ver o que outros nao irão mais ver...

Abraço,
Thinker

Pedro Eleutério disse...

Ando para aqui a ler os teus textos antigos, aqueles que ainda nao tinha lido. E recordei-me do teu comentário sobre as recordações de nova york. É uma cidade linda. Que saudades também. Tomara voltar lá o mais depressa possível.